PODE UM NEGÓCIO DESSE?

 

Um escândalo silencioso assombra as escolas públicas municipais de Abaiara. O direito à educação inclusiva está sendo negado pelo município.

A falta de cuidadores escolares tem gerado uma série de denúncias por parte de pais, educadores, vereadores e outros defensores da educação inclusiva, que alertam para o abandono institucional e a violação de direitos fundamentais. Segundo relatos os estudantes atípicos, com deficiência intelectual, os deficientes físicos e outros que a condição exige acompanhamento individualizado, estão frequentando as escolas sem o suporte adequado.

Outros relatos dão conta de que há crianças que nem ao menos puderam frequentar a escola este ano, devido a falta de cuidadores. Pais denunciam que seus filhos estão sendo “estacionados” nas escolas, porque passam as aulas sem o acompanhamento adequado. “É desumano. O meu filho chega em casa assustado, sem entender nada do que foi passado em sala. Ele precisa de ajuda o tempo todo. As professoras não tem como dar conta sozinhas!”, relata uma mãe.

Outro fator preocupante é a sobrecarga dos professores, que a são obrigados a se desdobrar, improvisando ajuda como podem - mas muitos confessam que não têm formação para lidar com casos tão específicos. “Nós tentamos ajudar, mas é impossível dar atenção individual a uma criança com deficiência e ao mesmo tempo cuidar de toda uma turma. Isso está errado!”, disse uma educadora da rede municipal que pediu anonimato por medo de represália.

A situação, que já é grave, se torna ainda mais alarmante diante da total omissão da Secretaria Municipal de Educação e do Prefeito - que inclusive é professor - e ignora reiteradamente o apelo das famílias.

Diversos ofícios e denúncias já foram enviados ao órgão, mas até agora nada foi feito. A promessa de contratar cuidadores escolares nunca saiu do papel.

O Ministério Público já foi acionado e há rumores de que uma investigação será aberta nos próximos dias. Mas até lá, quantas crianças ainda terão seu direito à educação violado? Quantas voltarão para casa chorando, confusas e excluídas?